Muitos e ninguém

09/01/2017 20:04

"Enquanto ainda permanecem tantas perguntas, a literatura tem proporcionado interessantes respostas. Uma das melhores é dada por Jorge Luis Borges, num conto intitulado 'Everything and nothing', em O fazedor, que termina com uma conversa entre Deus e Shakespeare em que o escritor desabafa: 'Eu que tantos homens fui em vão, quero ser um e eu'. Ao que Deus responde: 'Eu tampouco sou; sonhei o mundo como sonhaste tua obra, meu Shakespeare, e entre as formas de meu sonho estás tu, que como eu és muitos e ninguém'."

 

Vivian Kogut em Renascentista e moderno, publicado em "7 Clássicos ingleses"