Fernando Pessoa

11/03/2023 12:16

 

“Esse olhar que sonda para além da superfície das coisas pode induzir à ideia de que Pessoa era um cético, pelo menos em relação à vida, entendida como fim último do homem, um niilista. Era, ao contrário, uma invulgar organização mental à procura dum absoluto (ou do Absoluto) que a inteligência negava e a sensibilidade repudiava. Impossibilitado de render-se a uma crença, fosse qual fosse, e disponível a qualquer uma delas, que abraçava e rejeitava com o mesmo à-vontade e a mesma independência, resolver satisfazer o negativismo da razão e o repúdio da sensibilidade por meio da análise dissolvente, como se buscasse a transcendência na imanência.”

 

Massaud Moisés, Fernando Pessoa: o espelho e a esfinge