Fantasmas mentais
“Uma ética na qual você compreende que sua natureza individual diverge de qualquer ideia de autocriação. O eu com o qual os seres humanos se identificam é uma criação da sociedade e da memória. Formando uma ideia de si mesmos desde a mais tenra infância, eles buscam a felicidade por meio da preservação e do reforço desta autoimagem. Mas a imagem que eles têm de si mesmos não é a realidade dos seus corpos ou das suas vidas, e persegui-la pode conduzir não à satisfação, e sim à auto frustração. Os outros animais não dividem a vida com fantasmas como esses. A maioria deles não tem nenhuma imagem de si. Para eles, a autopreservação não significa a existência contínua de um eu imaginado, mas a contínua vitalidade do corpo. Eles não são seres imaginários que examinam seus pensamentos e impulsos como se pertencessem a algum outro ser.”
John Gray (1948) filósofo político contemporâneo inglês em Filosofia Felina